segunda-feira, 25 de junho de 2012

Histórico 2


INTRODUÇÃO

 A Ead surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que,por vários motivos,não podiam frequentar um
estabelecimento de ensino presencial,e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico,as quais influenciam o ambiente
educativo e a sociedade.

 Ela  é considerada um recurso que contempla as necessidades de desenvolvimento da autonomia do aluno.O desenvolvimento da autonomia é
considerado,por teóricos tais como Jean Piaget e Constance Kamii, peça chave do processo de aprendizagem, no qual o aluno é o foco e o professor
possui papel secundário,pois apenas orienta o aluno que por sua vez escolhe o ritmo e a maneira como quer estudar e aprender, de acordo com
suas necessidades pessoais.

SURGIMENTO DA EAD NO BRASIL

 Diversas fontes mostravam  que pouco antes de 1900 já haviam anúncios em jornais de circulação no Rio de Janeiro oferecendo
profissionalização por correspondência.Tratava-se de curso de datilografia ministrado não por um estabelecimento de ensino, mas sim
por professora particular.Não obstante essas ações isoladas, que foram importantes para uma época em que se consolidava a República,
o marco de referência oficial é a instalação das Escolas Internacionais, em 1904.Os cursos oferecidos eram todos voltados para as pessoas que
 pretendiam estar empregadas, especialmente no comércio e no setor de serviços.

 O ensino funcionava naturalmente,por correspondência,com a vinda de materiais didáticos pelos correios,que usavam como transporte.Nos vinte
primeiros anos tivemos,portanto,apenas uma única  modalidade,a exemplo,por sinal,de todos os outros países.

A REVOLUÇÃO VIA RADIO

 Em 1923 foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.Tratava-se de uma iniciativa privada e que teve pleno êxito, mas trazia preocupações
para os governantes, tendo em vista a possibilidade de transmissão de programas considerados subversivos, especialmente pelos
revolucionários da década de 30.A principal função da emissora era a de possibilitar a educação popular, através de um sistema então
moderno de difusão do que  acontecia no Brasil e no Mundo.

 A educação via rádio foi, desta forma, o segundo meio de transmissão a distância do saber,sendo apenas precedida pela
correspondência.Inúmeros programas, especialmente os privados, foram sendo implantados a partir da criação, em 1937, do Serviço
de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.Destacaram-se, dentre eles, a Escola Rádio-Postal  "A Voz da Profecia", criado pela Igreja
Adventista em 1943, com o objetivo de oferecer aos ouvintes cursos bíblicos.O SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial iniciou,
em 1946, suas atividades e logo a seguir desenvolveu no Rio de Janeiro e em São Paulo a Universidade do Ar que em 1950 já atingia 318 localidades.

 Temos esperanças que voltemos a transmitir educação através dessa modalidade,  e que possa ser reinstalado uma grande rede de difusão
de programas educativos, especialmente os voltados para a população menos assistida pelas mídias mais avançadas.

O CINEMA EDUCATIVO

O cinema continua sendo muito pouco utilizado na area da educação.Considerando que as salas de projeção são mantidas pela
iniciativa privada, nunca houve interesse em filmes dessa natureza.Poucas são as películas que têm mensagens positivas,e na
história da ead quase nada há a se contar.


TV EDUCATIVA

A televisão teve um marco fundamental para  fins educacionais,em sua fase inicial,que deu inicio e vários incentivos no Brasil.Coube ao Código Brasileiro de Telecomunicações, editado em 1967, a determinação de que deveria haver transmissão de programas educativos pelas emissoras de
radiodifusão, bem como pelas televisões educativas.

 Dois anos mais tarde, em 1969, foi criado o Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais, prevendo a utilização de rádio, televisão e outros meios aplicáveis.
 Logo a seguir, o Ministério das Comunicações baixava portaria definindo o tempo obrigatório e gratuito que as emissoras comerciais deveriam
ceder para a transmissão de programas.

  Em 1972, é criado o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL) que teve vida curta, tendo em vista o surgimento do Centro Brasileiro de
TV Educativa (Funtevê) como um órgão integrante do Departamento de Aplicações Tecnológicas do Ministério da Educação e Cultura.

No início dos anos 90, as emissoras ficaram desobrigadas de ceder tempos diários para transmissão dos programas educacionais,
significando um grande retrocesso.

Em 1994 é reformulado o Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa, cabendo à Fundação Roquete Pinto a coordenação das ações.


OS NOVOS CENÁRIOS EM FUNÇÃO DOS COMPUTADORES E DA INTERNET

Os computadores chegaram ao Brasil, no campo da educação,  através das universidades, que instalaram as primeiras máquinas na década de 70.Os imensos equipamentos tinham alto custo e, com o decorrer do tempo, foram  sendo barateados, até atingir, hoje, a cifras bem acessíveis à população.
 Ao lado das máquinas, a rede mundial de computadores viabilizou sua forte adoção no sistema educativo brasileiro (e mundial).


A IMPORTÂNCIA DE INSTITUIÇÕES PARA A EAD NO BRASIL

Extraordinária importância tiveram dadas (e permanecem tendo até os dias de hoje) o Instituto Monitor (1939) e o Instituto Universal Brasileiro (1941).As duas entidades definiram públicos certos e capacitaram brasileiros para o mercado de trabalho, no segmento da educação profissional básica. Podemos enquadrá-las,
junto com algumas outras, na época intermediária.No campo da educação superior, a Universidade de Brasília (1973) constituiu-se como uma base para programas de projeção, entretanto o movimento militar responsável pelo regime ditatorial que vigorou por muitos anos restringiu a autonomia e sepultou boas iniciativas.

  Já na era mais moderna não podemos deixar de registrar três organizações que influenciaram de forma decisiva na história: a Associação
Brasileira de Tecnologia Educacional, o Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação e  a Associação Brasileira de Educação a Distância.

AVANÇOS E RETROCESSOS DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À EAD

 No Brasil é livre o direito de ensinar e de aprender, eis que assim estatui o Artigo 206, inciso II da Constituição Federal. Em sentido amplo, fundamenta-se
aí o princípio da educação nacional e, por via de conseqüência, o da EAD.A primeira legislação que fala na modalidade é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, cujas origens datam de 1961.  

 Em sua reforma de dez anos após,  foi inserido um capítulo específico sobre o Ensino Supletivo, afirmando que o mesmo poderia ser usado em classes,
ou mediante a utilização de rádio, televisão, correspondência e outros meios. A lei teve uma grande virtude de admitir, de forma indireta, os cursos livres a distância, neles inseridos os ministrados pelas chamadas "universidades corporativas" e outros grupos educativos.

          As dificuldades, contudo, passaram a existir nas disposições infra-legais.

          Paradoxalmente, sentimos uma relação inversa à hierarquia das normas jurídicas: temos uma Constituição Federal ótima, em termos de educação; a LDB, é boa, eis que permite, dentre outras vantagens, a liberdade dos projetos pedagógicos.O grande problema ocorre com os atos normativos inferiores:os Decretos
não são bons; as Portarias, numa grande parte, são ruins, e há Resoluções e Pareceres desesperadores.Existe uma inflação legislativa,que entrava o
funcionamento das organizações.O emaranhado de atos normativos impede a expansão dos cursos de educação básica e superior (provocando o impedimento,
por falta de norma específica, dos mestrados e doutorados a distância).
   O crescimento da EAD se nota, assim, em maior escala nas entidades que atuam de forma livre.

DAS TENTATIVAS À CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE UNIVERSIDADE ABERTA

  O sucesso da criação da Open University, da Inglaterra, no início dos anos 70, repercutiu em todo o Mundo, e o Brasil não ficou à margem dessa discussão.
Entusiasmados pelo novo modelo, alguns parlamentares brasileiros  apresentaram projetos de lei para que tivéssemos uma instituição de ensino superior
semelhante à do Reino Unido.
  A primeira proposição tomou o número 962, de 1972, tendo sido arquivada de forma unânime e definitiva após haver o reconhecimento do  "inegável mérito".Os
deputados da Comissão de Educação e Cultura da Câmara  acharam que "seria mais aconselhável que a matéria aguardasse um julgamento posterior mais amadurecido". A proposição não tinha o intuito específico de criar a universidade aberta, mas sim de permitir a freqüência livre em cursos de nível universitário.


CENÁRIO ATUAL

 Adicionam-se pouco mais de cem que atuam no campo da educação básica, sendo os atos de permissão expedidos pelos Sistemas de Ensino dos Estados e
do Distrito Federal.Há um número significativo de cursos livres e programas ministrados pelas empresas (dentre as quais as chamadas "universidades corporativas").Somando-se todo o universo, acreditamos haver pouco mais de quinhentas entidades que utilizam EAD em sua metodologia de aprendizagem.
Apesar de ser um número razoável ainda temos muito espaço para que novas organizações sejam partícipes dessa história.O mercado é extremamente amplo e promissor para os que atuarem com qualidade e competência.Existem melhorias dos sistemas de comunicação, e isso favorece a expansão.

 Considerações finais

 Procuramos relatar nessa síntese histórica, da forma mais precisa possível, mais de um século de EAD no Brasil.Evitamos citar nomes de pessoas,para não cometer injustiças.Desde as suas origens, em 1904, até os dias atuais, milhares de pessoas construíram essa história vitoriosa.Falhas existiram, mas a vontade de acertar sempre foi a tônica de todos os que lutaram - e continuam dando o melhor de si - para que o País progrida e possa resgatar uma enorme dívida social acumulada
ao longo dos séculos.

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